Está na forja o deste ano. Dizem que é pr'a rir. Rir, numa época destas?
A malta do Património é careta, retrógrada, imobilista, radical ? Se calhar é por isso que saem todos os anos com esta barretada. Chatos. Têm a mania. Não fazem nada, só tretas, falar, falar...
Calem-se! Estejam quietos! Este país só lá vai se conseguirmos consensos! Como no Alto de S. Miguel! Todos juntos, estendidos, de pés para a frente, caladinhos! Com muitas flores, que é mais bonito.
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Veja-se o desatino do TESTAMENTO no BARRETE DE 2005. Uma pouca vergonha:
CARNAVAL 2005 – TESTAMENTO
Desta vez o meu legado
É bué de mal cheiroso
Digno do rio Sizandro
E daquele industrial
Que empesta o ar da cidade
Que nunca cheirou tão mal.
Quando há dias cá cheguei
Foi isso que vim encontrar:
Um cheirete do catano
Que me fez arrepiar.
É solene este momento
E por isso decidi
Deixar no meu testamento
Não só as notas de mil
Mas os peidos que largar
Quando esticar o pernil.
É pouco? Olhó caraças!
Vão ter com o Félix Bagão,
Prometeu saldar as contas
E vejam como elas estão!
De política não falo,
Vou morrer…já não me ralo…
Só quero testamentar
Este pouco que aqui junto
P’ra despedir o Governo
Que está como eu, já defunto.
Gostavas de passeatas?
Pu…ras donzelas na cama?
Mas não te queixes, ó Lopes,
O mau foi teres essa fama.
Pode ser qu’inda te safes
O povo tem má memória…
Deixo-te um ponto final
Numa página da História!
O que ganhei derreti
Na gandaia… bebedeiras…
Por isso só deixo aqui
O que sobrou das asneiras.
Tudo lego aos torrienses
Que não levarão a mal
Els são donos do Entrudo
O melhor de Portugal.
Comecemos pois a ditar
Tudo quanto vou legar.
Ao Valdemar Neves mecenas
Do Barrete no Entrudo,
Deixo uma caixa de Scotch
E um peido com gelo e tudo.
Ao José Pedro Sobreiro
Exímio desenhador
Aqui fica o meu tinteiro
E um peido no estirador.
Ao Carlos Ferreira eu juro,
Por ser homem dedicado,
Deixar tudo bem seguro
E um peido em muito bom estado.
Ao senhor José Almendro
Quando aqui chega cansado
Deixo um novo coração
E um peido já transplantado.
Ao Carlos Bartolomeu
Mais o seu computador
Deixo um boné p’rà careca
E um peido de grande fragor.
Para o Daniel Abreu
Curador das equimoses
Deixo um osso que era meu
E um peido cheio de artroses.
Com o Moedas Duarte
Terei de ser solidário:
Deixo mais inspiração
E o meu peido literário!
Ao senhor Jaime Umbelino
O testamento é assim:
As regras do Português
E um peido a falar latim.
Ao senhor Andrade Santos
Aqui fica um obrigado
Por tanto nos fazer rir
Quando não fica calado
(E para se não queixar:
Um peido bem aviado.)
Para o jornal Badaladas
Um legado de feição:
Uma sede mais moderna
E um peido em primeira mão.
O Frente Oeste não escapa
Deste legado banal:
Deixo dez quilos de prosa
E um peido editorial.
Para o Estafeta coitado
Que tão breve se finou
Fica a pazada de cal
E um peido que me sobrou.
À Tuna já centenária
A quem a vida não cansa
Deixo à sua Lucilina
Um peido em passo de dança.
Ao nosso Teatro-Cine
E antes que a vontade mude,
Deixo um ciclo de cinema
E um peido de Hollywood.
Aos Bombeiros torrienses
um testamento solene:
poucos fogos p’ra apagar
e um peido em vez da sirene.
Destinado à nossa Banda
Envio por um gigantone
Dieta para o maestro
E um peido pelo trombone.
Ao Grémio Comercial
Deixo de caras, nas calmas,
Parabéns pelo trabalho
E um peido com muitas palmas.
Ao amigo Espeleo-Clube
Deixo uma coisa bem bruta:
Uma mola p’ró nariz
P’ra quem se peidar na gruta!
Vou deixar ao Património
Aquilo que me foi dado:
Mais uma demolição
De um peido classificado!
Para aquela associação
Que viaja sempre sem mim,
Deixo a reserva já feita
E um peido em forma de ASSIM.
À Cooperativa de Cultura
Creio que não fica mal
Deixar mais exposições
E um peido experimental.
À Camerata Vocal
Um legado definido:
Uma viagem musical
E um peido em fa sustenido.
E aos da Távola que arRasa
Nos palcos desta cidade,
Deixo como reportório
peidos da terceira idade.
Para os Amigos de Torres:
Não sei que deixar aos tais,
Se um peido com falta de ideias,
Se ideias com peidos a mais!
Ao Torriense já custa
Tanta dança e contra-dança:
Deixo o estádio hipotecado
E um peido a ponta de lança!.
Aos Rotários vou deixar
Este legado sem tino:
Discursos para o jantar
E um peido ao toque do sino.
Ao Presidente da Câmara
Aqui lhe deixo um bom furo:
Um gaio já sem moinho
E um peido encostado ao muro!
Aos senhores da Oposição
Tenham muita paciência:
Em ano de votação,
Um peido de resistência!
Aos arquitectos da Câmara
Eis aqui o meu legado:
Um PDM já feito
E um peido mal projectado.
Ao Pelouro da Cultura
Eu penso que é boa malha
Deixar verbas p’rós subsídios
E um peido p’ró Jorge Ralha.
ou:
Ao pelouro da Cultura
Eu penso que é natural
Deixar verbas p’ra subsídios
E um peido bem cultural.
Para o sector das Obras
Este legado bem fino:
Luvas vazias nas mãos
Mais um peido clandestino!
O vereador do Mercado
Entra agora nesta liça:
Dou-lhe em paga do terrado
Um peido com hortaliça.
Para o vereador do Trânsito
Com quem a malta refila,
Deixo carros a apitar
E um peido em segunda fila.
Ao vereador do Turismo
Não encontro melhor sorte:
Deixo montes de turistas
E um peido num belo resort.
Ao edil dos Cemitérios
Eu brindo agora com Porto:
Deus lhe dê muita saúde
E um peido a cheirar a morto.
E a quem fala mal dos outros
Um bom legado lhes toca:
Metros de fita adesiva
E um peido a calar a boca!
Estou sequinho de todo
Já sem guita, sem cordel.
Esperavam enriquecer?
Leram mal este papel...
Havia pouco a esperar
Num testamento da treta.
Ponho-me já a cavar,
Seja a pé ou de lambreta,
Que é mesmo de me bazar
Deste país de opereta.
P’ró ano, se faz favor,
E não querem ficar mal,
Contratem um morto melhor
Que dê um peido maior
No enterro do Carnaval!
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