23 agosto 2013

JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2013



A ADDPCTV vai participar, mais uma vez, nas Jornadas Europeias do Património.

No site da Direcção Geral do Património Cultural pode ler-se:

«As Jornadas Europeias do Património são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, envolvendo cerca de 50 países, tendo como objectivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da protecção do Património. Em cada país é promovido, anualmente, um programa de actividades a nível nacional, de acesso gratuito na sua grande maioria.
A Direção-Geral do Património Cultural, entidade responsável pela coordenação do evento a nível nacional propõe, para as Jornadas Europeias do Património de 2013, o tema Património / LUGARES, com o qual pretende chamar a atenção para a dimensão humana de que o património se reveste, expressa materialmente em espaços e paisagens – urbanos e não urbanos – que nos marcam, que exploramos e com que convivemos numa relação de proximidade.
Os lugares estruturam o desenvolvimento pessoal e social, sustentam identidades, exprimem a dimensão cultural da sociedade, interessando conhecê-los para além do aparente, para os podermos estimar e proteger; a importância dos lugares é a importância da nossa identificação e o nosso sentimento de pertença a algum sítio, tornando-se fundamental sensibilizar os cidadãos para a sua protecção através de acções que estimulem a aproximação física e emocional ao património.»

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Desde já divulgamos o pequeno PROGRAMA que preparámos para estas Jornadas:

MATACÃES, UM LUGAR A REDESCOBRIR
22 SETEMBRO 2013
15H00 – concentração dos visitantes no largo junto à igreja de Matacães
15H15 – Visita à Igreja de Nª Srª da Oliveira, conduzida pelo Pároco José Miguel Ramos e P. José Manuel da Silva (antigo pároco e um dos fundadores da Associação do Património de Torres Vedras). Igreja classificada como Imóvel de Interesse Público.
16H15 – Visita ao Sítio e Ermida do Senhor do Calvário, recentemente classificada como Imóvel de Interesse Público.
Leitura da paisagem, no largo fronteiro à Ermida:
                        Arquitecto Jorge Bonifácio: a Residência Solarenga do Juncal
                        Arqueólogo Emanuel Carvalho: o Castro da Fórnea
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Trata-se, pois, de uma visita guiada aberta a todos quantos queiram participar. A sua divulgação será feita no jornal BADALADAS, facebook e contactos-mail.




11 agosto 2013

MONOGRAFIAS DAS FREGUESIAS DE TORRES VEDRAS




Algumas pessoas têm-nos pedido opinião sobre uns livros publicados pelo sr. Fernando Pereira Sá dedicados à História e ao Património Cultural de algumas freguesias do nosso concelho.
É-nos penoso escrever estas linhas pois, do pouco que conhecemos do autor, sabemos que é pessoa esforçada e persistente. Mas isso não chega para garantir qualidade ao que faz. Temos diante de nós dois desses livros, um sobre a Carvoeira e o outro, muito recente, sobre Runa e a honestidade obriga-nos a dizer que são obras muito más. 
O autor não sabe escrever Português. Não há um parágrafo que se aproveite, tantos são os erros de concordância, de vocabulário e de construção da frase. 
Do ponto de vista do  conhecimento histórico, estes livros são uma calamidade, pouco ou nada se aproveita. Não há uma referência bibliográfica, uma citação, um estudo conhecido. O livro está cheio de legendas pouco rigorosas e de apreciações pueris. Mas o que é mais grave são os erros resultantes de invenções ou de ter ouvido a alguém uma opinião qualquer que ele refere como se fosse uma fonte histórica. 

Como é que o autor consegue fazer livros tão volumosos - o de Runa tem mais de 500 páginas - ?
Simples: junta dezenas e dezenas de fotos com que vai enchendo as páginas do livro. A maior parte não tem qualquer relevância como é o caso do cemitério do CAS de Runa que levou o autor a encher dez páginas com vistas do exterior e interior - juntando a uma delas esta legenda: "Aqui chegou a estar sepultada a Princesa Benedita até à trasladação para o Panteão...", uma pura invenção que não tem qualquer suporte documental. Bastaria ao autor consultar a biografia de D. Maria Francisca Benedita escrita por Paulo Drumond Braga e publicada pela Câmara Municipal de Torres Vedras. E este é apenas um exemplo entre muitos.

O que nos deixa perplexos não é a ignorância ou a falta de rigor  manifestadas pelo autor destes livros pois é sabido que uma das características dos ignorantes é o atrevimento. O que nos espanta é o facto de ter acolhimento entre pessoas que tinham obrigação de serem prudentes e rigorosas com as encomendas. Caso das Juntas de Freguesia que apadrinham estas publicações, as quais em nada as prestigiam ou, até, da Associação Leader Oeste que financiou uma destas monografias. Alguns desses responsáveis disseram-nos que acreditaram na boa vontade e no voluntarismo do autor. Na boa-fé e no desejo legítimo dos autarcas de valorizar as suas terras, nós também acreditamos.  Mas isso chega para dar crédito a um trabalho público? Leram previamente os escritos? Aconselharam-se com pessoas credenciadas? 


Respeitamos o senhor Pereira Sá como pessoa, nada temos contra ele, embora nos incomode a prosápia de se considerar um investigador, caso típico de publicidade enganosa. Mas o respeito pelos leitores, muitos deles alunos das nossas escolas em busca de elementos para os seus trabalhos, obriga-nos a denunciar vigorosamente as suas publicações que, pela falta de qualidade redactorial e notório desconhecimento da História, temos de classificar como autênticas fraudes. 


SANTA SUSANA DO MAXIAL



Hoje, 11 de Agosto, é o dia consagrado pela Igreja a Santa Susana.
A freguesia do Maxial, concelho de Torres Vedras, tem Santa Susana como padroeira. No cemitério local existe uma capela com a designação desta santa, capela que é, afinal, o que resta do antigo templo, destruído pelo terramoto de 1755. A Junta de Freguesia decidiu, em iniciativa que louvamos, proceder a obras de restauro e beneficiação daquela relíquia patrimonial. Assinalando o acontecimento, ontem, dia 10, foi lá celebrada Missa pelo Pároco P. José Miguel Ramos, cerimónia para a qual a Junta convidou a população, estendendo o convite aos amigos do Património e, como tal, à nossa Associação.
Como sinal e testemunho, publicou um pequeno opúsculo que reproduzimos, bem como a totalidade do texto, da autoria do Dr. Carlos Guardado da Silva, responsável pelo Arquivo Municipal de Torres Vedras e Presidente da Assembleia Geral da Associação do Património de Torres Vedras.
Associamo-nos, assim, à festa de Santa Susana e à meritória iniciativa da Junta de Freguesia do Maxial.







Contracapa do opúsculo, com a imagem de Santa Susana
















Folha interior do opúsculo com as referências de publicação.









Para uma biografia de Santa Susana do Machial


A igreja paroquial

A existência da igreja de Santa Susana do Machial, então com a designação de Santa Susana de Alcabrichel, remonta, muito provavelmente, ao início do domínio cristão da Estremadura, na sequência da conquista definitiva da linha do Tejo, em Outubro de 1147, por D. Afonso Henriques, no contexto da Segunda Cruzada. A fundação da paróquia teria sido instituída mais tarde, no século XIV, com pia baptismal, sino e fregueses, em data posterior a 1315, uma vez que consta da lista de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos reinos de Portugal e Algarves, de 1320-1321. O seu quantitativo demográfico bastaria, por si só, para justificar a independência administrativa e eclesial, em inícios da centúria de trezentos. Constando a igreja de Santa Susana do Alcabrichel do rol das igrejas de que o rei era padroeiro em 1258-59, a sua independência das matrizes da vila não estaria provavelmente completa.
Aquando da sua fundação e ao longo da Baixa Idade Média, Santa Susana era uma paróquia anexa da matriz de São Miguel da vila de Torres Vedras, encontrando-se a igreja paroquial fora do lugar.
Entre 1315 e 1317, o bispo de Lisboa D. Frei Estêvão atribuiu a cada uma das quatro igrejas urbanas de Torres Vedras o seu território paroquial, cujos limites rurais foram definidos, embora a parte urbana tivesse ficado completamente silenciada. Santa Maria do Castelo, São Pedro e São Tiago partilhavam, entre si, áreas de dimensão idêntica na vila. São Miguel obteria uma porção exígua do espaço urbano, recebendo, em contrapartida, a maior parte do espaço periurbano.
Ao longo do século XIV manter-se-iam contendas sobre os direitos eclesiásticos, sobretudo no que dizia respeito à receita das dízimas. Certo é que a imprecisão dos limites territoriais das paróquias, assim como as diversas transformações ocorridas no povoamento contribuíam para relançar, de vez em quando, a discussão sobre quem detinha os direitos dizimais. As crises económicas exigiam igualmente a cada igreja a defesa dos seus interesses, meio de sustentação da sua comunidade ou de cumprimento dos ofícios, assim como de manutenção do edifício. É neste contexto que surge um contencioso entre a colegiada de São Miguel e o prior de Santa Susana de Alcabrichel acerca dos limites das respectivas paróquias. Se em 1315 D. Frei Estêvão havia atribuído um extenso território à colegiada, que cobria a parte norte e leste do termo torriense, o pároco de Santa Susana do Maxial, já elevada esta a igreja paroquial, reclamaria os direitos sobre o território que anteriormente se encontrava sob a influência material e espiritual de São Miguel.
Como as demais igrejas de Torres Vedras, Santa Susana de Alcabrichel era de padroado régio. Um facto que não exclui a possibilidade de ter sido instituída pelos fregueses que, em dado momento, seriam substituídos naquela função pelo monarca. Na década de 30 do século XVI, a igreja foi objecto de nova construção.

01 agosto 2013

(Clicar sobre a imagem)

A Associação do Património de Torres Vedras está a organizar a sua participação nestas Jornadas, à semelhança do que tem feito em anos anteriores.
Desta vez vamos centrar-nos no rico Património de Matacães, freguesia que conta com três IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO e dois de INTERESSE CONCELHIO (Ver coluna lateral deste blogue).
Dentro de alguns dias colocaremos aqui o programa de visitas que estamos a organizar.