28 outubro 2011

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO DO CONCELHO DE TORRES VEDRAS II - IGREJA E CONVENTO DA GRAÇA

Classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto 42007,de 6 - 12 - 1958


Aspetos do Convento da Graça, fotos de 2011







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"Universo Ilustrado", 1880, col. gravuras "Tempos Idos", Bibliot. Munic. Torres Vedras

"Ilustração Portuguesa", 1885, col. "Tempos Idos", Bibl. Munic. Torres Vedras



CONVENTO DA GRAÇA: foi de eremitas calçados de S.'° Agos­tinho. É o da segunda fundação (séc. XVI); o da pri­meira ficava mais ao centro da vila, defronte da igr. de S. Tiago.  No adro (galilé) há belos azulejos azuis e brancos, de albarradas, e nas paredes da frontaria outros de boa composição, com passos da vida de S. Gonçalo.
Interior de uma só nave coberta por abóbada de berço e revestida por um silhar de azulejos polícromos. Na capela-mor retábulo de talha do séc. XVII, exemplar interessante em que sobressaem, pela correção da escultura, as imagens de S.ta Mónica e S.to Agostinho. A primeira capela do fado do Evangelho contém a urna e estátua de S. Gonçalo de Lagos, prelado no antigo mosteiro (m. 1422), cujos ossos foram para aqui trasladados em 1559. A notar ainda, na segunda capela da Epístola, seis curiosas tábuas quinhentistas (Presépio. Adoração dos Magos, Anunciação, Visitação da Virgem S.ta Isabel, S. José e Nossa Senhora, Trânsito da Virgem) e os azulejos da 3-a capela do lado do Evangelho, belos pela cor, pelo desenho e pela composição. Esta decoração cerâmica repete-se ainda abundante­mente na sacristia, antessacristia e claustro, referindo-se os azulejos deste à vida do arcebispo D. Fr. Aleixo de Meneses, que em 1588 foi prior deste convento.
(Guia de Potugal, II, reprodução da 1ª ed da Bibl. Nac. de Lisboa de 1927, Fundação C. Gulbenkian, 1983)


Transcrição do texto sobre o Convento da Graça, do blogue VEDROGRAFIAS2 :


O primeiro convento da Graça de Torres Vedras, que já não existe, situava-se na chamada Varzea Grande, em frente à Igreja de Santiago.
A primeira autorização para a sua construção foi dada por D. Afonso III em 1228. Não foi contudo utilizada, pelo que voltou a ser solicitada a D. Pedro I que a concedeu em 14 de Março de 1328.
Só a partir de 1383 existe documentação comprovativa da sua construção, que ainda prosseguia em 1405.
Pouco tempo antes da autorização de D. Pedro, concedeu o papa Urbano V uma bula, datada de 29 de Março de 1364, autorizando a transferência dos eremitas de S.tº Agostinho do convento de Penafirme para o convento a fundar na vila de Torres Vedras.
É a esse desaparecido convento que está ligada a vida de Gonçalo de Lagos, beato, erradamente designado como santo, que foi seu prior entre 1412 e 1422.
A construção do actual convento da Graça teve lugar ao longo do século XVI para substituir o velho convento dos eremitas calçados de S.tº Agostinho.
No lugar onde foi construído o segundo mosteiro existia a gafaria de St.º André, cujo terreno foi doado à ordem agostiniana de Torres Vedras por alvará de D. João III, datado de 26 de Setembro de 1542, para aí se construir o novo convento.
A primeira escritura dessa doação teve lugar a 20 de Outubro de 1544, sabendo-se que em 1566 ainda estava em construção.
Em 1554 os frades ainda viviam no convento velho, como se refere num dos painéis de azulejos que relata a vida de S. Gonçalo.
Talvez tenha sido oficialmente inaugurado em 1559, pois foi neste ano que foi trasladado, do velho convento para o novo, o corpo de S. Gonçalo de Lagos.
Já era habitado nos finais do século XVI, como se comprova pelo facto de existir uma referência à morte de todos os seus frades na chamada “peste pequena” de 1579.
Funcionaram várias escolas no convento: uma de ensino de teologia moral, instituída em 1723 e uma escola pública a cargo dos eremitas fundada em 1780.
Em 1807 foi estabelecido na Igreja um Hospital para as tropas francesas
Por decreto de 30 de Maio de 1834 foi extinto o convento da Graça.
Em 21 de Abril de 1887, a Câmara Municipal comprou parte do edifício da Graça, na posse de um particular, instalando aí vários serviços municipais, a escola primária e a cadeia.
Pelo decreto nº 42007 de 6 de Dezembro de 1958, a Igreja e o Convento da Graça foram classificados como Imóveis de Interesse Público.
A partir de 1983 iniciou-se um movimento para o restauro do edifício. Desde 1992 aí funciona o Museu Municipal e o GAT.

Descrição do conteúdo (elaborado em 1998)

Entra-se para a Igreja por uma uma galilé, aberta em 3 arcos para norte e 2 arcos para nascente, com um Silhar de azulejos de albarrada do século XVIII, com motivos simétricos, com flores e cabeças de anjos.
A Igreja é de uma nave com abóboda de berço, nela existindo 4 capelas laterais de cada lado mais a capela mor. Logo à entrada, na parte superior da parede nascente pode apreciar-se uma bonita mísula barroca do orgão, recentemente restaurada.
Comecemos por descrever as capelas do lado nascente (à esquerda de quem entra), chamado o lado do evangelho:
- na primeira podemos observar o altar com imagem de S. Gonçalo de Lagos e no qual se encontram os restos mortais desse santo, num cofre mandado construir pelo príncipe D. Pedro, marido de D. Maria Iª, em agradecimento pela cura de uma ferida na sua perna, motivando a última trasladação dos restos mortais do santo, efectuada em 1784 ;
- na segunda o altar em talha com o Santíssimo Sacramento, dito do Menino Jesus do Bom Pastor, cuja imagem em marfim se encontra exposta no Museu Municipal;
- a terceira capela é a do Senhor dos Passos, construída em 1668, com altar de mármore embutido e azulejos do séc. XVIII com cenas da paixão ( 2 painéis narrativos da subida para o calvário). Nela existe, na parede da esquerda , uma sepultura dos finais do século XIX de Luiz de Abreu Bulhões (1810-1875) e de Maria da Conceição Bulhões (1816- 1872), antiga família de Trás-os-Montes, para aí trasladados pelos filhos em Março de 1890;
- a quarta é a capela de António Godinho da Cunha e sua mulher, brasonada, datada de 16 de Julho de 1626, com um altar em talha, dedicado a S. Nicolau Tolentino.
Eis-nos agora junto à capela-mor. No altar-mór existem dois espaços vazios onde deviam estar as imagens de Santo Agostinho e de Santa Mónica. No centro deste há uma imagem barroca, estofada, seiscentista, da padroeira da Igreja, N.ª Sr.ª da Graça e no cimo do altar um Crucifixo . Em baixo, ladeiam o coro duas esculturas em madeira, uma de S.tª Gertrudes Magna e outra de Santa Francisca Romana, ambas do séc. XVII, beneditinas, provenientes do convento de S. Bento de Coimbra, obra de Frei Cipriano da Cruz.
Na parede poente da capela-mor está o nicho com o túmulo medieval de S. Gonçalo de Lagos, construído em 1518, para aqui trasladado em 1559. O túmulo é em pedra calcária com estátua jacente num nicho.
Nessa mesma parede existe uma porta de ligação para a ante-sacristial, para a sacristia e para os lavabos, sítios com interessantes painéis de azulejos do século XVIII, narrativos, referentes a frades agostinianos beatificados, um deles datado de 1725.
Voltando à Igreja, falta-nos percorrer as capelas do lado poente, dito da epístola, na direcção da saída para o claustro:
- a mais próxima da capela-mor é a capela de Maria Cabreira e Maria Fróis, filhas de André Cabreira e de Margarida Preto, com brasão, mandada construir a 10 de Junho de 1638 e onde está o altar de Cristo cruxificado;
- segue-se a capela de Mª Serrão Borges e Bartolomeu Pacheco Sande, com brasão, mandada edificar em 20 de Maio de 1644, um dos mais antigos altares da igreja, ainda com traços renascentistas;
- podemos, depois, apreciar a capela de N.ª Sr.ª da Correia, com altar em talha;
- finalmente observamos a capela de N.ª Sr.ª das Dores, com imagem, ladeada, à sua direita por Stª Catarina e à sua esquerda por S. Pedro de Alcantara.
Podemos então sair para o claustro por uma porta lateral. Nele podem ser apreciados os painéis narrativos da vida de Frei Aleixo de Menezes, prior deste convento em 1588, que foi arcebispo de Goa e de Braga, homem de letras e frequentador da côrte de Filipe II. Parte destes azulejos foram retirados do claustro, talvez em 1834, estiveram algum tempo depositados no convento do Varatojo e acabaram no antigo convento franciscano de S. Bernardino, de onde foram recuperados a partir de 1991, para voltarem ao seu lugar de origem.
Será ainda interessante entrar na sala da portaria, que faz ligação entre o claustro e a galilé, com as paredes cobertas por 8 painéis de azulejos, do século XVIII, narrativos da vida de S. Gonçalo de Lagos.

Os Sinos

O som dos sinos da Igreja da Graça, colocados na sua torre, é hoje um dos momentos mais característicos desta cidade.
Em 1962, nela estavam colocados o sino “Santa Rita de Cássia, datado de 1737, o maior de Torres Vedras, com 1 metro de diâmetro, e a imagem da santa gravada, o qual, depois de restaurado, aí se mantém.
Durante anos esteve acompanhado por um outro sino, o “São Nicolau”, datado de 1725, com 0,76 m. de diâmetro, o terceiro maior de Torres, que já estava retirado em 1962.
Existiam mais dois, datados de 1822, mais pequenos. Um destes está actualmente no corredor de ligação à biblioteca do museu.
Actualmente, fazem companhia ao “Santa Rita de Cássia” três novos sinos, aí colocados em 1998, todos datados de 1997.
No exterior da torre sineira está instalado um relógio, que, desde o passado dia 14 de Julho de 1999, voltou a dar horas aos torrienses.

Informação mais aprofundada e actualizada pode ser consultada na seguinte obra:
SILVA, Paula Correia da, O Convento da Graça de Torres Vedras – a comunidade eremítica e o património, ed. CMTV e Livro do Dia, Torres Vedras, 2007, 171 páginas.




Pormenores dos azulejos do Claustro:

Do site da Câmara Municipal:
http://www.cm-tvedras.pt/visitar/monumentos/convento-graca/

Este post está em construção.

24 outubro 2011

PATRIMÓNIO CLASSIFICADO DO CONCELHO DE TORRES VEDRAS I



Capela de Nossa Senhora da Purificação

Classificada como " Imóvel de Interesse Público" 
(Decreto 47508 de 24.01.1967)



SIROL, freguesia de Dois Portos



«Pequena e de aspeto modesto, a Capela de Nossa Senhora da Purificação encerra no seu interior um conjunto surpreendente de estuques da segunda metade do século XVIII, que revestem completamente paredes e abóbada. De um lado e de outro, quatro grandes pai­néis de estuque, representando os Evangelistas, e, ladeando o arco triunfal, S. Sebastião e Santa Bárbara. Alguns motivos decorativos, de excelente desenho, reve­lam modelos eruditos e são característicos da época.
Bons os silhares de azulejos, do final do séc. XVIII.
Na capela-mor é possível apreciar ainda melhor a qualidade dos estuques, por estarem menos engrossados por caiações posteriores, e bem assim o verdadeiro azul que servia de fundo, que no corpo da capela é menos fino. Ao centro do altar, uma notável imagem de Nossa Senhora com o Menino.
Na fachada, uma inscrição diz ter sido benta a capela a 26 de Julho de 1749.»

(in: Monumentos e edifícios notáveis do distrito de Lisboa – Torres Vedras, Lourinhã, Sobral de Monte Agraço, Junta Distrital de Lisboa, 1963)























Fotos (C) J Moedas Duarte, 
ADDPCTV, 2011

11 outubro 2011

PATRIMÓNIOS 16


Oportunidades de Investimento
para o Centro Histórico de Torres Vedras
                                                      
EZEQUIEL DUARTE
( Economista )

Com a aprovação do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional – 2007 a 2013), que sistematiza as condições de acesso ao financiamento da União Europeia, cresceram as expectativas dos agentes para novas oportunidade de investimento.

A preocupação com o domínio da requalificação urbana e a pronunciada especificidade dos Centros Históricos, elevou a mobilização de agentes públicos e privados para averiguar as condições de acesso a financiamento para projectos de investimento direccionados para este território singular.

 Dos domínios identificados, as Parcerias para a Regeneração Urbana destacavam-se pela particularidade de obrigar a conjugação num programa estratégico comum de parceiros públicos e entidades privadas sem fins lucrativos com vocação para actuar na requalificação do espaço público e na criação de equipamentos culturais, sociais e de apoio à actividade económica.

 A operação desenvolvida para o Centro Histórico de Torres Vedras, aprovada pelo Programa Operacional Regional do Centro, enquadrou-se neste domínio com a participação de vários parceiros e liderada pelo Município de Torres Vedras.

 A crescente necessidade de apresentar bons níveis de execução a curto prazo levou a entidade financiadora a optar por uma solução que enviesa todo o esforço de planeamento realizado pelos parceiros locais. Segundo as novas orientações cada projecto funcionará por si e o programa estratégico anteriormente delineado acabou por ser esquecido.

 Se adicionarmos, a esta situação, os outros domínios do QREN que concorrem para acções de valorização do Centro Histórico, verificamos que estamos perante uma manta de retalhos.

 Há um Sistema de Incentivos às Acções Colectivas, que tem como objectivo a promoção da actividade económica no Centro Histórico e cujo regulamento obriga a uma estrutura própria, independente da Estrutura de Apoio Técnico então criada para a operação “Torres ao Centro”.

 Foi lançada para as empresas localizadas nas áreas de actuação das Operações de Regeneração Urbana uma única oportunidade de apresentação de candidaturas e com limites ao investimento, onde as microempresas não cumpriam os requisitos de inovação pretendidos e, por sua vez, os investimentos empresariais âncora referidos no Programa Estratégico, eram muito superiores aos limites impostos. Concluía-se que a oportunidade dada pela entidade gestora dos fundos comunitários não era aplicável aos investimentos empresariais referidos na operação “Torres ao Centro”.

 Não existe qualquer medida de financiamento comunitário prevista para o apoio ao investimento na requalificação dos espaços residenciais, nem esquema que indicie a integração dos fundos comunitários vocacionados para apoiar iniciativas no Centro Histórico com fundos de outra proveniência.

 Perante a acelerada desertificação do Centro Histórico, com a consequente perda de funções urbanas e degradação do edificado, é desejável que o significativo volume financeiro disponibilizado pelos fundos comunitários assente num programa geral que incorpore linhas de financiamento dirigidas para os vários domínios de actuação necessários para a requalificação global dos Centros Históricos.

 Sem um programa de financiamento coerente, único, que abranja os três grandes domínios de intervenção: requalificação do espaço público e criação de equipamentos colectivos, promoção da actividade económica e a integração das medidas comunitárias com outros apoios nacionais para o investimento no parque habitacional, não estarão reunidas as condições para percepcionar os fundos comunitários como um potente catalizador de dinâmicas de investimento abrangentes para o Centro Histórico de Torres Vedras, gorando-se assim as elevadas expectativas antes geradas em relação ao financiamento da União Europeia.

[ Publicado no jornal BADALADAS de 7 de outubro de 2011 ]


30 setembro 2011

BREVE EVOCAÇÃO DE JAIME UMBELINO

Em Dezembro de 2004 encontrei-me com Jaime Umbelino para uma conversa preparatória da página LUGAR ONDE que viria a ser publicada no jornal "Badaladas" em Fevereiro de 2005.


No Café Império, Dezº 2004

Conversa muito agradável, no Império e depois pela rua abaixo, até à porta de sua casa, onde lhe tirei as últimas fotos. "Não o convido a entrar porque isto está uma grande desarrumação ..." - desculpou-se à despedida.


Jaime Umbelino à porta de sua casa, Dezembro de 2004


No café já me havia oferecido alguns dos seus livros autografados e falara longamente da sua vida em Torres Vedras. Veio ao de cimo, várias vezes, um traço particular de que já me haviam falado: um senso crítico, por vezes exacerbado,  em relação a algumas pessoas  e acontecimentos, que relatava com um sorriso malicioso. Era um poço de memórias, de que deixou marcas no MIRANTE.
Queixou-se várias vezes da garganta e falava com alguma dificuldade. Eram os primeiros sintomas do mal que haveria de levá-lo no dia 17 de fevereiro de 2007.

Notícia necrológica

Deixo aqui esta breve evocação, agora que a sua casa, por ele doada à Câmara Municipal, tem sido motivo de alguma polémica.

* * *

JAIME UMBELINO
ESBOÇO BIOGRÁFICO *


Jaime Jorge Umbelino nasceu na Foz do Arelho, em 5 de Março de 1916. Com a vinda da família para Torres Vedras, tornou-se torriense com apenas 4 anos de idade.
Primeiro filho de uma série de irmãos, era ainda muito jovem quando se deparou com o encargo de toda a família. Com 19 anos iniciou a sua carreira de escri­turário na Conservatória do Registo Civil de Torres Vedras, na época localizada no andar superior do Convento da Graça. Foi desse "mirante" privilegiado, sobre a então vila, que o autor teceu as suas conhecidas crónicas e artigos, publicados na Imprensa local e agora coligidos nesta obra.
Entre a crítica humorística, a sensibilidade poética e a descrição realista de diver­sos problemas sociais, Jaime Umbelino permite-nos, nesta obra, reconhecer os traços mais característicos da sociedade torriense nos meados do Século. Apesar da responsabilidade familiar que herdara e dos seus compromissos profissionais, Jaime Umbelino conseguiu, com bastante sacrifício e determi­nação, licenciar-se em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Passou então a dedicar-se ao ensino liceal e técnico. Respeitável pedagogo, o Dr. Jaime Umbelino, instruiu milhares de alunos de toda a região e ainda hoje se man­tém "no ativo", lecionando aulas particulares de latim e de língua portuguesa. Foi um dos fundadores do Jornal "Badaladas", a par do Pe. Joaquim Maria de Sousa, e Diretor do Jornal do Torriense.
Dirigiu a Biblioteca de Torres Vedras e participou muito ativamente em diversas obras de carácter social e assistencial.
Tem publicadas as seguintes obras: "A Quadra Popular no Azulejo"; "De Turres Veteras a Torres Vedras (Estudo Etimológico), As Esferas Armilares do Castelo de Torres Vedras (interpretação de uma sigla), O Foral de D. Afonso III" e "Musa Antiga - Sonetos". No prelo encontra-se "A Língua Portuguesa" - um volume que reúne as centenas de artigos publicados pelo autor, acerca deste tema, em diver­sos jornais.
*       Transcrito da contracapa do livro O MIRANTE, publicado em 1999, que reúne parte das crónicas publicadas por Jaime Umbelino na imprensa local.

[ Fotos e texto de Joaquim Moedas Duarte ]

25 setembro 2011

CONVENTO DO VARATOJO

Por lá andámos ontem, na Visita Guiada integrada nas JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO. Cerca de 100 pessoas aceitaram o nosso convite e compareceram, com um interesse e uma atenção que foram o melhor prémio para o nosso trabalho.
Algumas fotos de ontem - que agradecemos à nossa associada, M.C.:


Início, no largo fronteiro à Portaria

Na Igreja


À entrada da mata

 
Mais umas palavrinhas...

No 1º andar do claustro quinhentista

Junto à capelinha de Nª Srª do Sobreiro, na mata conventual

 
Coro da Igreja

No átrio da Igreja
Campanário do Convento

22 setembro 2011

REPINTURAS NA CASA JAIME UMBELINO




 
É bonito? É feio? O problema não é esse.
Respeitamos e apreciamos o trabalho que está a ser realizado dentro da Casa das Histórias e não pomos em causa a validade e a qualidade artística de Marta Pereira, autora desta intervenção.

A pergunta que continuamos a fazer é esta: é aceitável "brincar" com a fachada de uma das poucas casas antigas de Torres Vedras (séc. XVIII/XIX)?

20 setembro 2011

ENVOLVENTE DO CHAFARIZ DOS CANOS EM OBRAS








Passámos lá hoje e registámos o que vimos.
Uma funcionária da empresa de trabalhos arqueológicos seguia atentamente o trabalho dos operários.
Esperamos que tudo corra bem.

15 setembro 2011

PATRIMÓNIOS 15

  Publicado no BADALADAS em 15 agosto 2011

ERA UMA VEZ…UMA CASA
 José Pedro Sobreiro *
 



Durante alguns meses assistimos, atónitos, ao espectáculo de ver a fachada de uma das mais antigas casas de Torres Vedras transformada num festival de berrantes arco-íris, aplicados a tinta de spray, qual muro de paisagem suburbana.
O espanto provinha, não por se tratar de iniciativa irreverente de publicitário ou de artista marginal, mas, pasme-se, de ser acção promovida pela Câmara Municipal!
As razões invocadas prendiam-se com a tentativa de chamar a atenção para “um Projecto” de animação cultural vocacionado para os mais pequenos e que dá pelo nome de “Casa das Histórias”.
Este projecto nasceu como solução para o problema que a CMTV tinha em mãos, devido a um acordo celebrado com o Dr. Jaime Umbelino, segundo o qual a Câmara ao adquirir o imóvel obrigar-se ia a nele instalar uma “Casa Museu”, com o espólio daquele ilustre literato.
Como tal objectivo não se conformasse com os actuais interesses da política cultural do município - o que até podemos compreender – aceita-se como razoável esta solução da Casa das Histórias, que se pretende constituir num veículo de transmissão da cultura literária e do seu imaginário, mantendo-se, ao fim e ao cabo, na esfera da acção e da memória do seu “doador”.
E aqui é que bate o ponto!
Se elegemos como objectivo educativo a transmissão de valores da cultura da tradicional não podemos, ao mesmo tempo, agredir outras manifestações dessa mesma cultura, dessa mesma tradição- entre eles o património arquitectónico.
Há que ser coerente e resistir à tentação do marketing político e do kitsch.
Neste momento, a pintura foi retirada e a fachada encontra-se limpa. No entanto, soubemos, pelo Boletim Municipal, que nova investida se prepara para breve. (1)
Aquela casa é, seguramente, uma das mais antigas da cidade, remontando ao início do século XIX, talvez até anterior, constituindo um valor patrimonial de per si, pelas caraterísticas tipológicas específicas de uma habitação oitocentista burguesa, não sumptuária (pena é que o seu interior esteja já um pouco adulterado). Mas pelo menos resistiu a sóbria fachada, com o seu desenho simétrico de bem definidas cantarias dos vãos, com o seu óculo característico de iluminação da escada.
Esse é o desenho da casa, a sua expressão própria, que não precisa de maquilhagem, para se tornar digna da nossa contemplação.
E isso é também um valor a transmitir.
É que nestas coisas de crianças nem tudo se deve levar a brincar.
    
* Membro da Direcção da Associação Para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres  Vedras                                                          

                                                           
(1)    Diz o Boletim Municipal (setembro | outubro 2011, nº 4, p. 7):
«Ainda outro desafio lançado pela Fábrica das Histórias, mas para cria­dores, foi o Uma parede branca, que consistiu na apresentação de pro­postas de intervenção artística para a fachada da referida casa. 0 trabalho escolhido foi o de Marta Pereira, que será entretanto implementado. »
 

04 setembro 2011

MONUMENTOS CLASSIFICADOS - AZENHA DE SANTA CRUZ

Azenha de Santa Cruz - Torres Vedras
(Foto © Méon)


Edição da Câmara Municipal de Torres Vedras, 2006. Valioso e completo estudo de Guilherme A. Miranda, Maria dos Anjos Luís e Maria da Graça Lourenço, com fotografias antigas de Santa Cruz.

*

Da INTRODUÇÃO:
(…)
«A Azenha foi classificada de imóvel de interesse público (IIP, Dec. NQ67/97, DR 301 de 31 de Dez. de 1997), na sequência da acção desenvolvida pela Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras que em 1982 apresentou à Câmara Municipal de Torres Vedras um dossier intitulado «Azenha de Santa Cruz - Análise Histórica e Morfológica - Proposta de Recuperação!», no qual propunha a classificação e a recuperação do imóvel e apresentava um projecto de intervenção para a zona envolvente.»
(…)
 

29 agosto 2011

PATRIMÓNIOS 14

Publicado no BADALADAS em 26 Agosto 2011

PERSPECTIVAS DO CENTRO HISTÓRICO

Fotos de Mário Hipólito


Caminhando à chuva na rua da Cruz

Roupa a secar na travessa do Quebra-Costas




Duas portas, a mesma rua. Rua Guilherme Gomes Fernandes

28 agosto 2011

ESTAMOS DE VOLTA

Convento do Varatojo - Torres Vedras


Depois de alguns dias de interrupção, regressamos ao convívio com os amigos do Património.
Vamos ser mais assíduos, numa linha de FORMAÇÃO / INFORMAÇÃO, que seja um apoio útil aos que querem saber mais e assim contribuir para a preservação e o conhecimento do nosso valiosíssimo Património Cultural e Natural.

                                                                               * * *

«A defesa e a conservação dos bens culturais, hoje reconhecidas como uma incumbência fundamental do Estado, apoiam-se na sua ampla conjuntura política, social, económica, cultural e ecológica, sobretudo des­de a campanha do Ano Europeu do Património Arquitectónico, em 1975, a que Portugal aderiu1. O conceito abrangente de salvaguarda do património cultural é considerado, cada vez mais, como um modo de defesa global do ambiente que não se preocupa só com a protecção do espaço vital natural mas também com a do espaço vital colectivo, desenhado pelo homem no decurso da sua existência. Não faltam, por isso, normas e directivas internacionais, referendadas por organismos vocacionados para a preservação da identidade histórico-cultural, sobretudo pela UNESCO, pelo Conselho da Europa e pelo ICOMOS, entre outros, apelando todas para a preservação da herança natural e cultural da comunidade humana.»

 (1)    Em 26 de Setembro de 1975, o Conselho da Europa adoptou a Carta Europeia do Património Arquitectónico, também conhecida por Carta de Amesterdão.

in: CULTURA E PATRIMÓNIO, Virgolino Ferreira Jorge, Ed. Colibri e Câmara M. de Portel, Lisboa, 2005.

08 agosto 2011

A VELHA CASA VOLTOU ...


A casa que foi de Jaime Umbelino voltou à cor original. As fotos são de hoje.


05 agosto 2011

CHAFARIZ DOS CANOS EM OBRAS


 


A parte superior do Chafariz, com um matagal de ervas...

 
O Chafariz dos Canos vai para obras? É o que parecem dizer os dois grandes contentores que vimos há pouco, estacionados no largo fronteiro.

É claro que obras são obras e, como tal, incómodas. O que sugerimos aos responsáveis por elas é que nos informem sobre o que ali se vai fazer e qual o tempo de duração. 
É uma questão de delicadeza para com os visitantes, como alguns que por ali andavam hoje,  à procura do Chafariz - depois iam dar com aquele estaleiro, sem qualquer esclarecimento.

02 agosto 2011

EM QUE ANO TERÁ SIDO TIRADA ESTA FOTO?


Chafariz dos Canos - Torres Vedras - 1963

VISITA GUIADA AO CONVENTO DO VARATOJO


 
AS JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO
EM TORRES VEDRAS
Aceitando o desafio do IGESPAR, a Associação do Património de Torres Vedras vai participar nestas jornadas, integrando-se deste modo no Programa Nacional e Europeu.
Assim, no dia 24 de Setembro, sábado, das 15 às 17 H, faremos uma VISITA GUIADA AO CONVENTO DO VARATOJO: breve Apresentação, Igreja, Claustro e Mata Conventual.
Concentração junto à Portaria do Convento, às 14H45
Esta iniciativa é aberta a toda a população e não carece de inscrição prévia.



* * *


O que são as

 JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2011
23, 24 e 25 de Setembro
PATRIMÓNIO e PAISAGEM URBANA

As Jornadas Europeias do Património são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, que envolve cerca de 50 países, no âmbito da sensibilização dos cidadãos europeus para a importância da salvaguarda do Património. Neste sentido, cada país elabora anualmente, um programa de actividades a nível nacional, a realizar em Setembro, acessível gratuitamente ao público.
O IGESPAR IP, enquanto coordenador nacional das JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO, propõe para 2011 o tema “PATRIMÓNIO e PAISAGEM URBANA”, pretendendo assim sensibilizar os cidadãos para a necessidade de proteger e valorizar as características da paisagem, nas cidades, vilas e aglomerados urbanos, entendida no seu sentido mais amplo. Património e Paisagem Urbana são indissociáveis, a partir do momento em que a ideia de paisagem urbana é abrangente e reflecte todos os valores sociais, naturais, culturais, urbanísticos, arquitectónicos e arqueológicos que aí se encontram. O Património e a Paisagem Urbana, nas suas múltiplas manifestações, documentando a história e o desenvolvimento da sociedade, contribuem, decisivamente, para a diferenciação de identidades. As cidades, vilas e aglomerados urbanos são recursos únicos que têm de ser protegidos e valorizados, apesar dos problemas que lhes são inerentes por serem organismos em constante transformação, como a desertificação dos centros históricos e tradicionais e a tendência para a descaracterização.
Com o objectivo de incentivar o conhecimento e a salvaguarda do Património das Cidades, nas JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2011, o IGESPAR IP convida e propõe às entidades que se associam a esta iniciativa, a implementação de acções e actividades que proporcionem ao público a sua vivência, estimulando a aproximação física e emocional das pessoas aos monumentos, conjuntos e sítios.
Com a finalidade de oferecer um leque vasto de actividades atractivas para o público, numa estratégia de investimento na identificação das comunidades com o património, o IGESPAR IP convida assim todos os Municípios, entidades públicas e privadas e, sobretudo, todas as instituições que partilham a responsabilidade do conhecimento, protecção e valorização do património e da paisagem a associarem-se a esta iniciativa.