Encontro sobre património da ADDPCTV
TORRES VEDRAS TEM NOVE MONUMENTOS NACIONAIS
Joaquim Ribeiro
"Hoje todos os autarcas gostam muito de dizer que têm um monumento no seu território, mas as questões do património continuam a ser muito mal tratadas", afirmou Joaquim Moedas Duarte, da direcção da Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras (ADDPCTV), durante a sessão intitulada "Mo(nu)mentos da Memória. Ver e ler o nosso património", que decorreu no passado dia 24 de Setembro no auditório municipal de Torres Vedras.
O encontro não teve muito público presente, mas os poucos animaram o debate que se seguiu à apresentação dos nove monumentos nacionais torrienses, alguns desconhecidos da maior parte da população. Uma sessão dirigida ainda por José Pedro Sobreiro e também pelos poemas declamados de Luís Filipe Rodrigues, ambos da direcção da associação, integrada nas Jornadas Europeias do Património. No domingo houve mais duas iniciativas, de manhã um passeio pedestre e à tarde uma visita-guiada à igreja de São Pedro. Refira-se que a ADDPCTV foi fundada em 1979 precisamente para defender o património de Torres Vedras e conta actualmente com 130 associados.
Dos nove monumentos nacionais do território torriense, seis estão classificados como património arquitectónico. Os elementos românicos da igreja de Santa Maria do Castelo são um deles, datados de 1208 e ainda hoje podem ser apreciados, apesar das sucessivas modificações ao longo dos séculos. Uma classificação que, contudo, não se aplica a todo o castelo. Outro monumento nacional é a ermida de Nossa Senhora do Ameal, no Choupal, do século XIV, também ela alvo de várias obras ao longo do tempo. O chafariz dos Canos é outro, fonte gótica do século XIV, uma verdadeira relíquia nacional, única em Portugal e muito rara em toda a Europa, que, contudo, segundo a ADDPCTV, tem sido muito mal tratada. A completar esse lote de monumentos nacionais está ainda a igreja de São Pedro, restaurada no século XVI, com portal manuelino de 1712 e porta lateral quinhentista. Os outros dois monumentos são o aqueduto de Torres Vedras, que servia para abastecer o chafariz dos Canos, remodelado na segunda metade do século XVI; e o mosteiro do Varatojo, mandado construir em 1470 por Dom Afonso V como pagamento de uma promessa a Santo António, onde se destaca o portal gótico.
Há depois três monumentos nacionais do património arqueológico: o castro do Zambujal, povoado fortificado pré-histórico descoberto em 1938 por Leonel Trindade; o tholos do Barro ou da Pena, monumento funerário do Eneolítico descoberto em 1909; e a gruta artificial da época Calcolítica da Ermegeira (Maxial), estrutura funerária descoberta em 1930, onde se descobriu um par de brincos em ouro, seguramente o menos conhecido deste lote dos nove monumentos nacionais de Torres Vedras.
Da discussão que se seguiu realce para a sugestão de se criar um centro interpretativo junto ao chafariz dos Canos e o resto das muralhas da porta da Corredoura. Também foi dito que Torres Vedras tem três dos mais antigos relógios mecânicos do país: Varatojo, Castelo e Graça. Para além dos monumentos nacionais, o concelho é rico em património, com um vasto conjunto de edificações classificadas, cuja lista pode ser consultada em: http://patrimoniodetorresvedras.blogspot. com.
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