OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO NO CENTRO
HISTÓRICO
(III Parte)
EZEQUIEL DUARTE
( Economista )
Nestes tempos difíceis que vivemos, com o prolongamento de uma crise sem fim à vista, poderão passar vários anos sem investimentos empresariais significativos no Centro Histórico de Torres Vedras, tudo apontando no sentido contrário, para o aumento da intensidade na cessação de actividades.
A qualificação urbana, o rigor na intervenção do edificado e a reconversão de espaços vazios descaracterizados, cujo preenchimento de recurso tem sido o parqueamento automóvel, poderão dar melhores indicações para o futuro da actividade económica no Centro Histórico de Torres Vedras.
Um espaço singular que se distingue pelas particularidades arquitectónicas de uma longa herança, pelas ruas estreitas apropriadas para outros modos de transporte, onde o automóvel terá que desempenhar apenas um papel secundário ou de recurso, num cenário em que não é o espaço que se adapta ao automóvel mas sim o contrário.
Com um Centro Histórico com outra feição, num ciclo ascendente da economia, que se espera, existirão condições para um impulso na instalação de novas funções económicas e para o surgimento de jovens empreendedores com um espírito inovador e com capacidade de lidar com a mudança perante novos paradigmas organizacionais e tecnológicos.
Ninguém sabe ao certo quando se verificará a retoma económica, prevê-la, hoje em dia, é um exercício doloroso que, perante a situação actual, ninguém levará a sério por muito consistentes que sejam os pressupostos.
Empreender é pois uma raridade nos tempos que correm, apesar de ser a altura certa para programar as estruturas que poderão no futuro alavancar o investimento.
A palavra empreendedorismo surgiu em Portugal no início da última década do século XX e andou sempre a reboque de acções pontuais em função dos financiamentos comunitários existentes.
Há muito que se defende na teoria económica que a oferta de empreendedores é controlável e que, em função das políticas de apoio existentes, da sua consistência e persistência, poderão resultar, a médio prazo, em aumentos significativos no número de empreendedores.
A tradução territorial de uma política de apoio ao empreendedorismo terá nas cidades médias um dos seus pilares e os centros históricos serão atractivos para jovens empreendedores na fixação de residência e de local de trabalho numa relação de proximidade, assim haja a percepção da oferta e organizações facilitadoras da instalação.
Cidades médias como Torres Vedras, que assegurem programas de tutoria com a participação dos empresários locais, com uma educação que desenvolva o espírito empreendedor desde os primeiros níveis de ensino, com organizações locais que proporcionem novas relações de sociabilidade e de minimização do risco.
O Centro Histórico de Torres Vedras poderá ter um papel preponderante na fixação de jovens empreendedores no futuro, aproveitando a qualificação urbana em curso, o movimento de fixação de associações culturais em grande parte direccionadas para a juventude e a capacidade dos agentes locais para incorporar estruturas de apoio ao empreendedor.
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