11 setembro 2012

PATRIMÓNIOS no jornal BADALADAS


Publicado em 29 de Junho de 2012


O CENTRO HISTÓRICO – UM CENTRO COMERCIAL E CULTURAL A CÉU ABERTO
(II Parte)
ARMANDO FERNANDES
( Business Coach )

“A maioria das pessoas não planeia fracassar, fracassa por não planear.” John L. Beckley

As Autarquias têm um papel muito importante no desenvolvimento dos centros históricos. A Câmara Municipal de Torres Vedras está a implementar um processo de mudança com o programa «Torres ao Centro», assente em processos de reabilitação urbana e criação de espaços pedonais, integrando espaços sociais e culturais. 
Este processo irá transformar o Centro Histórico. Esta transformação deverá ser orientada para a promoção do uso e vivência deste espaço. Por isso entendo que há que atrair novos habitantes, novos negócios, novos visitantes e novas actividades.
Assim, passo a enumerar algumas acções que poderão atrair as pessoas. Algumas já estão previstas nos planos de alguns intervenientes.

Assim, por iniciativa das Autarquias (Câmara e Juntas de Freguesia) é possível:
·        Criar espaços estacionamentos;
·        Pôr a funcionar transportes adaptados às condições do local;
·        Incrementar uma política de recuperação de habitações;
·        Beneficiar com taxas e impostos municipais mais reduzidos, quem reside e tem actividade no centro histórico;
·        Estabelecer parcerias com Associações Culturais e Empresariais para a realização de actividades regulares e calendarizadas de atracção de visitantes 
·        Manter a Feira Rural;
·        Facilitar os mecanismos burocráticos e económicos na implementação de novos negócios;
·        Estudar e promover – com as Associações Empresariais – espaços dedicados a actividades similares (Ex: zona de sapatarias, zona de restauração, etc.).
·        Apoiar criação de empresas e serviços de apoio social e do sector de saúde e bem-estar na zona histórica;
·        Identificar factos de interesse da história local e promover uma actividade anual no Centro Histórico para trazer mais pessoas.
·        Fundar – em parceria – uma «Incubadora de Negócios», para a instalação de novas actividades, como por exemplo:
o   Negócios de Arte;
o   Negócios nas áreas da Inovação e Design;
o   Negócios Web;
o   Escritórios virtuais;
o   Centros de domiciliação de actividades;
o   Empreendedorismo jovem (com protocolos com Universidades);
o   Indústria de Serviços que se possa deslocar para a zona histórica (Bancos, Companhias de Seguros)

Por iniciativa das Associações Culturais e Empresariais é possível:
·        O envolvimento com a Marca “Torres ao Centro”;
·        A criação do Cartão “Torres ao Centro” com benefícios para quem o use no comércio e actividades culturais lá instaladas;
·        O estabelecimento de parcerias com outras Associações Culturais, Associações Empresarias, Sindicatos, Associações Sectoriais, e Empresas, a fim de partilharem os processos de comunicação e marketing e gerarem mais sinergias para trazerem pessoas ao Centro Histórico. 
·        A ligação do sector da cultura com o meio empresarial para trazer pessoas;
·        O envolvimento com o sector social para apoiar e trazer mais pessoas;
·        A construção de planos de actividades capazes de garantir o equilíbrio financeiro das Associações;
·        A implicação do tecido cultural, tendo em conta as incubadoras de negócios e o empreendedorismo;
·        Os Jovens frequentam o centro histórico de Torres à noite. É possível atrair jovens durante o dia criando espaços e actividades para o empreendedorismo jovem;
·        O comprometimento de associações de outras localidades, gerando intercâmbios;
·        O apoio à autarquia na criação de espaços dedicados a actividades similares;
Todos sabemos que a gestão das grandes superfícies são efectuadas de forma profissional e integrada por uma só entidade ou por uma empresa que gere um condomínio. Tal gestão tem simplesmente um objectivo: atrair clientes.
Gerir uma cidade, nomeadamente um Centro Histórico, é deveras mais difícil, pois os intervenientes têm objectivos muito dispersos e a dificuldade em se concentrarem no essencial que é trazer cada vez mais pessoas ao Centro! 
Considero pois que só haverá VIDA no «Centro Histórico de Torres Vedras» se houver um alinhamento dos objectivos de todos intervenientes, orientado estrategicamente para transformar «Torres ao Centro» num Centro Comercial e Cultural a céu aberto.

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