Publicado em 29 de Junho de 2012
O CENTRO HISTÓRICO – UM CENTRO COMERCIAL
E CULTURAL A CÉU ABERTO
(II Parte)
ARMANDO FERNANDES
( Business Coach )
“A
maioria das pessoas não planeia fracassar, fracassa por não planear.”
John L. Beckley
As Autarquias têm um papel
muito importante no desenvolvimento dos centros históricos. A Câmara Municipal
de Torres Vedras está a implementar um processo de mudança com o programa «Torres
ao Centro», assente em processos de reabilitação urbana
e criação de espaços pedonais, integrando
espaços sociais e culturais.
Este processo irá
transformar o Centro Histórico. Esta transformação deverá ser orientada para a
promoção do uso e vivência deste espaço. Por isso entendo que há que atrair
novos habitantes, novos negócios, novos visitantes e novas actividades.
Assim, passo a enumerar
algumas acções que poderão atrair as pessoas. Algumas já estão previstas nos
planos de alguns intervenientes.
Assim, por iniciativa das Autarquias
(Câmara e Juntas de Freguesia) é possível:
·
Criar espaços estacionamentos;
·
Pôr a funcionar transportes adaptados às
condições do local;
·
Incrementar uma política de recuperação de
habitações;
·
Impedir a saída de serviços da Administração
pública e Serviços Públicos das zonas centrais e históricas e
promover a recolocação daqueles que foram de lá retirados;
·
Beneficiar com taxas e impostos municipais
mais reduzidos, quem reside e tem actividade no centro histórico;
·
Estabelecer parcerias com Associações
Culturais e Empresariais para a realização de actividades regulares e
calendarizadas de atracção de visitantes
·
Manter a Feira Rural;
·
Facilitar os mecanismos burocráticos e
económicos na implementação de novos negócios;
·
Estudar e promover – com as Associações
Empresariais – espaços dedicados a actividades similares (Ex: zona de
sapatarias, zona de restauração, etc.).
·
Apoiar criação de empresas e serviços de
apoio social e do sector de saúde e bem-estar na zona histórica;
·
Identificar factos de interesse da história
local e promover uma actividade anual no Centro Histórico para trazer mais
pessoas.
·
Fundar – em parceria – uma
«Incubadora de Negócios», para a instalação de novas actividades, como por
exemplo:
o
Negócios de Arte;
o
Negócios nas áreas da Inovação e Design;
o
Negócios Web;
o
Escritórios virtuais;
o
Centros de domiciliação de actividades;
o
Empreendedorismo jovem
(com protocolos com Universidades);
o
Indústria de Serviços que se possa deslocar
para a zona histórica (Bancos, Companhias de Seguros)
Por iniciativa das Associações
Culturais e Empresariais é possível:
·
O envolvimento com a Marca “Torres ao
Centro”;
·
A criação do Cartão “Torres ao Centro” com
benefícios para quem o use no comércio e actividades culturais lá instaladas;
·
O estabelecimento de parcerias com outras
Associações Culturais, Associações Empresarias, Sindicatos, Associações
Sectoriais, e Empresas, a fim de partilharem os processos de comunicação e
marketing e gerarem mais sinergias para trazerem pessoas ao Centro
Histórico.
·
A ligação do sector da cultura com o meio
empresarial para trazer pessoas;
·
O envolvimento com o sector social para
apoiar e trazer mais pessoas;
·
A construção de planos de actividades capazes
de garantir o equilíbrio financeiro das Associações;
·
A implicação do tecido cultural, tendo em
conta as incubadoras de negócios e o empreendedorismo;
·
Os Jovens frequentam o centro histórico de
Torres à noite. É possível atrair jovens durante o dia criando espaços e
actividades para o empreendedorismo jovem;
·
O comprometimento de associações de outras
localidades, gerando intercâmbios;
·
O apoio à autarquia na criação de espaços
dedicados a actividades similares;
Todos sabemos que a gestão
das grandes superfícies são efectuadas de forma profissional e integrada por
uma só entidade ou por uma empresa que gere um condomínio. Tal gestão tem
simplesmente um objectivo: atrair clientes.
Gerir uma cidade,
nomeadamente um Centro Histórico, é deveras mais difícil, pois os
intervenientes têm objectivos muito dispersos e a dificuldade em se
concentrarem no essencial que é trazer cada vez mais pessoas ao Centro!
Considero pois que só haverá
VIDA no «Centro Histórico de Torres Vedras» se houver um alinhamento dos
objectivos de todos intervenientes, orientado estrategicamente para transformar
«Torres ao Centro» num Centro Comercial e Cultural a céu aberto.
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