23 janeiro 2025

A HOMENAGEM A JÚLIO VIEIRA - A PALESTRA

 Muitas pessoas se associaram à homenagem a Júlio Vieira 
no dia 21 de Janeiro deste ano de 2025. Entre elas, 
os quatro netos, os três bisnetos e os dois trinetos.

Presente, também, uma turma da Universidade Senior de Torres Vedras.

















Transcrevemos a parte final da comunicação da autoria do prof. Joaquim Moedas Duarte:


O FINAL

No dia 21 de Janeiro de 1930, cerrou-se o pano sobre uma vida que não chegara a completar 50 anos.

A Gazeta de Torres de 26 de Janeiro de 1930 noticiou: “Júlio Vieira – Faleceu este nosso querido colaborador e bom torreense. (…) Antigo propagandista da República contribuiu para que as ideias da Democracia se espalhassem neste concelho que nesse tempo lhe era bastante contrário”.

De Júlio Vieira ficou um rasto profundo que não se apagou até hoje. Meses após o seu falecimento, pôs-se a questão de saber o que fazer com a grande biblioteca que ele possuía. A família não podia mantê-la. O Jornal de Torres Vedras, de 29 de Novembro de 1930, sugeriu a criação de uma Biblioteca pública que ainda não existia em Torres Vedras, e a compra dos livros de Júlio Vieira poderia ser o seu começo. A ideia foi bem acolhida e a verdade é que em 1934 viria a ser inaugurada a Biblioteca de Torres Vedras, com aqueles livros, adquiridos pelo Município. Júlio Vieira, lá do assento etéreo onde subira, não deixaria de se congratular.

Pela minha parte, concluo esta evocação. Foi uma breve viagem pela vida tão intensamente vivida por este homem cuja memória hoje homenageamos.

Mas Júlio Vieira merece mais.  Por isso, desde há algum tempo que venho coligindo dados para a elaboração de uma biografia, que terá o título “JÚLIO VIEIRA – O HOMEM E O SEU TEMPO, a publicar também no próximo ano.

Recordar, recontar, registar, rememorar – é a tarefa que me proponho, ao abeirar-me dos vestígios da passagem de Júlio Vieira pela comunidade em que me integrei e onde vivo há mais de meio século. Faço-o movido por profundo sentimento de gratidão para com este homem. Dele bebi o humanismo que se desprende de cada intervenção sua, o amor solidário pelos semelhantes que labutavam ao seu lado, a necessidade de reflectir sobre a vida comum e, até, quando necessário, denunciar erros e desacertos. Ele é uma inspiração e não me conformo em guardar só para mim esse sentimento pessoal.

Vieira merece um trabalho circunstanciado que nos ajude a conhecer e entender melhor o seu notabilíssimo labor de cidadania política e cultural – que o tornou numa das personalidades mais destacadas da sociedade torriense das primeiras décadas do séc. XX.

 

Torres Vedras, 21 de Janeiro de 2025

Joaquim Moedas Duarte


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