A cerca de 4 km de Torres Vedras situa-se a aldeia da Fonte Grada.
Há meia dúzia de anos, devido a infiltrações subterrâneas, a Igreja - dos séculos XVII / XVIII, como o testemunham o belo púlpito datado de 1676 e o silhar de azulejos - esteve em risco de ruir. Fizeram-se obras de consolidação dos alicerces e restaurou-se a fachada. Apresenta hoje este aspecto tão airoso.
Ali perto, numa casa em ruínas, este pequeno registo evocativo da Srª da Nazaré:
E pouco mais resta da Quinta da Nazaré, na Fonte Grada...
Fotos de J. Moedas Duarte, 27 Dezembro 2014
ASSOCIAÇÃO PARA A DEFESA E DIVULGAÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL DE TORRES VEDRAS
27 dezembro 2014
20 dezembro 2014
IGREJA DE S. PEDRO FECHADA AO CULTO
O PESO DOS ANOS
De fundação
medieval, monumento nacional desde 1910, sofreu sucessivos restauros e acrescentos.
É uma relíquia do nosso património edificado. Conserva o garbo de outros tempos
mas, como os velhinhos, geme ao peso dos anos.
Um aviso na
porta alertou a nossa curiosidade. A igreja matriz de Torres Vedras fechou
temporariamente ao culto. Por quanto tempo? Que se passa? Fomos ao cartório
paroquial que nos acolheu e levou ao interior do templo. Aparentemente tudo
parecia em ordem. A capela-mor, recentemente restaurada por uma equipa do
Instituto de Artes e Ofícios, está mais bonita, com os estuques recuperados, as
pinturas de Mestre Peres avivadas e as quatro telas dos doutores da igreja
recuperadas. O retábulo ds capela dos Perestrelos, do lado da Epístola, está
como novo, obra igualmente do IAO.
O problema reside no tecto setecentista da nave central, em abóbada de berço, de madeira, com caixotões e ornatos pintados. As juntas das tábuas apresentam fissuras, chamando a atenção para o estado do forro e da estrutura do telhado. A queda de caliça foi o sinal de alerta.
Pedida uma vistoria, a equipa técnica da Câmara Municipal
destapou um painel do coro e pôs à vista a estrutura apodrecida e corroída pela
humidade, infiltrada pela porosidade das telhas. É um problema estrutural com
sérios riscos de segurança. Daí o fecho das portas. Põe-se agora a questão de
saber quem paga as obras. Sendo um Monumento Nacional, parece-nos indubitável
que é ao Estado que compete essa tarefa, na sequência, aliás, de múltiplas
intervenções de que esta Igreja tem sido alvo ao longo dos anos e, de modo
especial, em meados do século passado. A Igreja Matriz de Torres Vedras, bem no
coração do Centro Histórico, tem de reabrir quanto antes.
Por vezes temos tendência para pensar que os monumentos são uma dádiva do passado que no-los teriam doado em estado puro. Mas isso é uma ilusão. Todos os monumentos foram sendo modificados ao longo dos anos, em obras de adaptação às condições concretas de cada época. A Igreja de S. Pedro é um bom exemplo.
OBSERVEMOS A SEQUÊNCIA:
São imagens dos finais dos anos 40 do séc. XX. A fachada lateral, onde se acrescentara uma dependência, foi alterada. Vêem-se obras mais ao fundo, na fachada posterior. Vejamos com atenção:
Fotos retiradas do blogue de Venerando de Matos: http://vedrografias2.blogspot.pt/2014/11/cassiano-branco-em-torres-vedras.html
Comparemos agora com fotos do nosso século: a primeira antes da requalificação recente da envolvente da Igreja, a segunda já depois dessa obra:
Fotos J. Moedas Duarte
Podemos sistematizar a nossa observação:
Nas traseiras da Igreja foi construído no século XVIII o pequeno edifício - uma porta e uma janela de cada lado - destinado à Irmandade dos Clérigos Pobres, associação mutualista de apoio ao clero local. Extinta a Irmandade, aqui funcionou, nos anos 20 do século XX, o
primeiro Museu de Torres Vedras, fundado por Rafael Salinas Calado. Esta construção setecentista, no seu interior é uma jóia artística com painéis de azulejos
figurativos a toda a volta e um tecto magnífico com pinturas de Oliveira Góis
representando os quatro evangelistas.
Se
repararmos bem, este edifício foi desconstruído e reconstruído alguns metros ao
lado, ficando encostado à parede da capela-mór da igreja onde antes existiam
umas arrecadações. É onde hoje funciona o cartório paroquial. Como noticiava o
Badaladas de 13 de Janeiro de 1955, foi uma obra a cargo da Direcção Geral dos
Edifícios e Monumentos Nacionais. A justificação é que a localização daquele
pequeno edifício impedia o trânsito desafogado em direcção ao novo mercado
municipal, inaugurado no início dos anos 30. Tratou-se, de facto, de uma obra
arrojada evidenciando a qualidade e a capacidade daquele organismo público que
percebeu a valia patrimonial do edifício. Desmontou-o e voltou a montá-lo
respeitando integralmente a sua estrutura e componentes artísiticas.
No site do SIPA (Serviço de Infrmação para o Património Arquitectónico) encontramos um conjunto de informações muito interessante sobre as obras realizadas ao longo do ano na igreja de S. Pedro, paroquial de Torres Vedras. Ver aqui: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPASearch.aspx?id=0c69a68c-2a18-4788-9300-11ff2619a4d2
(As fotos acima publicadas, com a indicação SIPA, foram retiradas deste site)No site do SIPA (Serviço de Infrmação para o Património Arquitectónico) encontramos um conjunto de informações muito interessante sobre as obras realizadas ao longo do ano na igreja de S. Pedro, paroquial de Torres Vedras. Ver aqui: http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPASearch.aspx?id=0c69a68c-2a18-4788-9300-11ff2619a4d2
Repare-se agora nesta foto, já bastante conhecida, tirada nos finais dos anos 20 do séc. XX:
Até ao início dos
anos 30 do séc. XX no adro posterior da Igreja de S. Pedro situava-se o
chamado “mercado do peixe e das aves”, substituído pelo mercado coberto nos
terrenos mais a nascente, cuja construção se iniciou em Outubro de 1929 (Gazeta de Torres, 13 Out 1929) e que foi
desmantelado há poucos anos para dar lugar ao moderno Mercado Municipal.
Até à inauguração do Cemitério de S. João, em 1848, este espaço era o cemitério
principal da vila. Antes fora adro da ermida de Nª Srª dos Farpados, mais tarde
do Rosário. Em 1652, aquando da visita do rei D. João IV, aqui se correram
touros. No lado esquerdo da foto é bem visível o alçado posterior da Igreja de
S. Pedro – capela-mór, arrecadações e Irmandade dos Clérigos Pobres, antes das grandes obras realizadas ao longo dos anos 40 e 50 do séc. XX.
10 dezembro 2014
REVISTA PATRIMÓNIO Nº 2
No próximo dia 12 de dezembro 2014, às 18.30h será apresentado, na Livraria Ler Devagar, na Lx Factory, em Lisboa, o número dois da RP Revista Património, parceria da Direção-Geral do Património Cultural / Imprensa Nacional Casa da Moeda. Este segundo número dedica o seu caderno principal à gestão do património, entendida num sentido lato e tratando diferentes âmbitos; longe de reunir consensos, é tema que suscita grande diversidade de questões, ampliadas pela vertiginosa velocidade das mudanças de paradigmas que hoje vivemos. Pensamento, Projetos, Opinião e Sociedade são as rubricas que completam os cerca de 22 artigos de 36 autores, plasmados nas 188 páginas da Revista.
A apresentação da RP2 será feita através de uma conversa participada por Diogo Seixas Lopes, Duarte Azinheira, Jorge Custódio, José Aguiar, Luís Soares e Manuel Lacerda.
Mais pormenores: http://patrimoniocultural.pt/pt/agenda/atividades-diversas/apresentacao-da-rp-2-revista-patrimonio/
Mais pormenores: http://patrimoniocultural.pt/pt/agenda/atividades-diversas/apresentacao-da-rp-2-revista-patrimonio/
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Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras
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Revista Património nº 2
07 novembro 2014
QUINTA VELHA DO HESPANHOL EM PROCESSO DE CLASSIFICAÇÃO
No site da DGPC - Direcção Geral do Património Cultural, encontra-se a seguinte referência à Quinta do Espanhol, situada nas Carreiras, freguesia da Carvoeira, concelho de Torres Vedras:
Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura)
Não se trata de toda a quinta mas sim Do designado SOLAR DA QUINTA VELHA DO HESPANHOL.
A fundamentação encontra-se aqui:
www.patrimoniocultural.pt/static/data/patrimonio_imovel/classificacao_do_patrimonio/despachosdeaberturaearquivamento/er_1quintahespanhol.pdf
e aqui:
http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/18832654
Há cerca de dois anos visitámos a Quinta no âmbito de uma tertúlia de leitura organizada pela Fábrica das Histórias / Casa Jaime Umbelino. Nessa altura tivemos oportunidade de fazer algumas fotografias do exterior do Solar e do salão nobre.
02 novembro 2014
A página LUGAR ONDE, no semanário torriense BADALADAS, deu destaque à inauguração do FORUM de Associações, que aconteceu em 25 de Outubro de 2014.
O acto público foi presidido por Carlos Miguel, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, com a participação da presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa e de Carlos Ferreira, Presidente do Forum.
Joaquim Moedas Duarte, presidente da Direcção da Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras, proferiu um discurso de apresentação da sua Associação que a seguir transcrevemos:
É com enorme alegria que a Associação para a Defesa e
Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras, de cuja Direcção faço
parte, se associa à festa desta inauguração. Permitam-me recordar que a nossa
Associação completa, este ano, 35 anos de existência. Não vou fazer a sua
história mas julgo que é oportuno partilhar convosco algumas considerações que
nos permitem entender melhor o contexto em que ela surgiu, em
Março de 1979.
19 outubro 2014
INAUGURAÇÃO OFICIAL DO FORUM DE ASSOCIAÇÕES CULTURAIS DE TORRES VEDRAS
Inauguração - Fórum de Associações Culturais de Torres Vedras
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O projecto Fórum Cultural, integrado no Torres ao Centro, teve como objectivo a construção da sede do Fórum de Associações Culturais de Torres Vedras, que reúne o Académico de Torres Vedras; a Associação para a Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras; o Espeleo Clube de Torres Vedras e a Sociedade Recreativa Operária de Torres Vedras.
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O projecto propôs a reabilitação do conjunto edificado situado junto ao morro e muralha do Castelo, conjunto imponente que tem como elemento emblemático a passagem em arco sobre a Travessa do Quebra-Costas.
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A intervenção cumpriu vários propósitos subjacentes aos processos de regeneração urbana: recupera estruturas físicas existentes, valorizando o espaço público envolvente; introduz funções que promovem hábitos de sociabilização e de criação de relações de vizinhança; promove o debate e a reflexão multidisciplinares e capta para o núcleo do centro histórico novos utilizadores e frequentadores.
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O programa proposto para o Fórum é abrangente e diversificado, reflexo da natureza das associações que o constituem, incidindo em áreas como a música, o xadrez, a educação ambiental, a defesa do património, o teatro, a dança e a fotografia.
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Programação Inauguração|
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17h00 - Inauguração
17h30 - A CASA DO OPERÁRIO | História e Papel das Associações que integram o Fórum
18h30 - Seis Canções por Cant’arte
19h00 - Porto d´Honra
FORUM: UM PROJECTO CULTURAL INOVADOR
O Fórum de
Associações Culturais de Torres Vedras tem como fundadores a Associação para a
Defesa e Divulgação do Património Cultural de Torres Vedras, o Espeleo Clube de
Torres Vedras, a Camerata Vocal de Torres Vedras, o Académico de Torres Vedras
e a Assim - Associação de Intercâmbio Municipal. A sua fundação/ escritura
publica, teve lugar a 30 de Janeiro de 2002.
A adesão posterior a este projecto, por parte da Sociedade Recreativa
Operária,
associação com um longo historial na vida sócio-cultural torriense, nomeadamente
no centro histórico, veio permitir a
reutilização do seu edificio sede, que se encontrava necessitado de urgentes obras
de restauro e readaptação. Entretanto a ASSIM e a Camerata Vocal saíram do projecto
Um dos
principais objectivos que levou à criação do Projecto Fórum Cultural foi o de potenciar
a dinâmica associativa e os serviços que estas prestam à comunidade, através da
união das sinergias destas associações em torno de um projecto comum.
O edificio
sede do Fórum tem condições excepcionais para que as associações desenvolvam as
suas actividades amplamente reconhecidas pela comunidade como fundamentais para
o desenvolvimento cultural e o fortalecimento do tecido social da cidade.
Este
projecto e este espaço vão dar apoio às escolas, através de colaboração em
acções de educação ambiental, de divulgação do património, de informação
juvenil, de apoio documental, de exposições temáticas.
O edificio
dispõe de um espaço de bar que já se encontra a funcionar estando aberto ao
público de quinta feira a sábado das 18h30 às 2h00. O Quebra Costas BAR é um local de encontro e de
confraternização entre a experiência das associações residentes e o cidadão. É
um espaço aberto a TODOS os que o desejem visitar, estejam ou não ligados às
associações que constituem o FORUM. Frequentar o Quebra Costas Bar será, também, uma forma de contribuir para a
sustentabilidade financeira das associações.
Sublinhe-se: o projecto do
Forum das Associações Culturais de Torres Vedras é inovador na medida em que
procura unir e articular várias associações mantendo cada uma delas a sua
autonomia. Vai, assim, ao arrepio da tendência dominante, desde há muitos anos,
de cada associação trabalhar por si, em circuito fechado. Os dirigentes da
associações ali reunidas acreditam que o facto de disporem de uma ampla e moderna
sede, num local emblemático do Centro Histórico – ao cimo da Travessa do
Quebra-Costas – permitirá um acrescido interesse por parte da população
torriense que tem ali uma nova e atraente centralidade.
(A partir do texto publicado no jornal do Centro Histórico, MILA GAIPA, Out 2014, em que a ADDPCTV colabora activamente)
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